domingo, 29 de agosto de 2010

Aprendendo Sobre Costura

Até o século XVII, o único papel das costureiras era fazer ajustes e consertos de roupas. Em 1675, devido a um mandado do rei francês Luís XIV, elas passaram a fazer parte do mercado, mas apenas em 1782 começaram a competir com os alfaiates. Apesar de serem reconhecidas, elas estavam relegadas apenas à confecção das peças. Podemos citar Rose Bertin, que fabricava vestes para a rainha francesa Maria Antonieta, como exemplo de costureira que entrou para a história. Até este momento as costureiras não podiam comercializar tecido em suas lojas; as clientes o escolhia previamente em um armarinho e o modelo da roupa estava sujeito ao tecido escolhido. Madame Roger foi a primeira a pensar em fornecer os tecidos às suas clientes, acrescentado o preço da fazenda utilizada ao preço final do vestido. Apesar de sua inovação, os desenhos continuavam bastante convencionais.

Devemos a elevação do status do costureiro a Charles Frédéric Worth, que passou a criar e assinar suas coleções. Isso o trouxe status social, e ele era bastante bajulado por suas clientes. Com ele, pela primeira vez, a moda passou a ser feita por homens. Entre suas clientes, podemos citar a princesa de Metternich, esposa do embaixador da Áustria.

O alfaiate inglês Charles Poynter Redfern foi o criador do tailleur sob medida e do sobretudo, este inspirado no corte preciso do traje masculino. Poynter foi também um grande figurinista de teatro, onde dava livre vazão à sua criatividade.

Podemos citar Jacques Doucet como o primeiro costureiro culto, uma vez que ele era apaixonado por arte e era nela que ele buscava inspiração. Um exemplo disso é seu conselheiro, André Breton, que o iniciou no modernismo.

No ramo da alta-costura, Paul Poiret foi de extrema importância, uma vez que ele modificou suas regras. Para ele, não havia nenhuma área da estética em que o costureiro não pudesse opinar. Foi a partir de suas criações que se criou o hábito de costureiros controlarem diversos ramos da indústria, como perfumes e cosméticos.


Criações de Worth, Paul Doucet e Paul Poiret respectivamente.

Apesar de ambas a costura e a confecção praticarem tanto a venda como a construção do produto, elas possuem várias diferenças entre si. A confecção dirige-se às mulheres ao todo, produzindo modelos em massa e correndo assim o risco da estocagem. A costura, por sua vez, é exclusiva, e dirige-se a uma mulher em particular. É importante lembrar que a confecção diferentemente da costura, não enfatiza o luxo e é mais competitiva.

Em 1905 começa o que hoje são os tão conhecidos desfiles de moda. Essa iniciativa foi feita pela canadense lady Duff-Gordon e logo se espalhou por Paris. Foi necessário que, em 1930, a Câmara Sindical da Costura estabelecesse um calendário de apresentações por manequim. Assim, apenas as casas presentes nesse calendário podiam gabar-se de participarem da alta-costura. Até 1940, as regras para ser acolhido na alta-costura eram bastante flexíveis e propiciavam bastante liberdade. Em 23 de janeiro de 1945 é lançada uma decisão que trata da classificação da costura, e são reconhecidas como criadoras apenas as casas que estiverem de acordo com esse decreto. No ano de 2001 foram alterados os regulamentos que condizem à alta-costura.



Assim como Paul Poiret, grandes marcas como Dior, Chanel e Carolina Herrera se utilizam da criação de perfumes e maquiagens para atingir mais clientes.

Atualmente, algumas regras para ser admitido como alta-costura são:

1) Produzir todos os modelos manualmente;

2) A casa deverá possuir no mínimo 20 funcionários especializados no que fazem;

3) Possuir uma loja em uma das três avenidas mais importantes de Paris: Champs Elysées, Montaigne e Georges V.

4) A casa deverá apresentar duas coleções por ano, com modelos para o dia e para a noite.

As casas consideradas alta-costura são:

  1. Adeline André (1981)
  2. Anne-Valérie Hash (2007)
  3. Chanel (1909)
  4. Christian Dior (1946)
  5. Christian Lacroix (1987) - Perdeu o direito de "Alta Costura" em 2009
  6. Dominique Sirop (2003)
  7. Emanuel Ungaro (1965)
  8. Jean-Paul Gaultier (1977)
  9. Givenchy (1952)
  10. Franck Sorbier (1991)
  11. Maurizio Galante (2007)

No início de 2008, haviam quatro membres correspondants (casas estrangeiras):

  1. Elie Saab
  2. Giorgio Armani
  3. Maison Martin Margiela
  4. Valentino

(Fonte: Wikipédia)


Giorgio Armani Primavera 2010, Chanel Inverno 2011.


Vídeo: Desfile de Alta-Costura Valentino Outono/Inverno 2010/2011.

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